quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Desabafo

A gente procura no amor uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo; a vida veio e me levou com ela, espero que ela me devolva onde me pegou, ou melhor, me devolva para um lugar melhor, pois estou cansada da mesmice, estou cansada da normalidade de todos os dias, espero que ela me devolva em algum lugar interessante, pois acabei me tornando descrente da verdade, pra mim já não existe algo que realmente faça sentido.

Sabe o começo? Pois é, ele mesmo, o começo é sempre bom, eu queria que tudo fosse um começo, pois tudo seria bom, mas eu aprendi que precisamos de um final, às vezes o final não é o que esperamos, pode ser um final ruim ou bom, eu gostaria de saber lidar com finais, mas eu não sei, já passei por tantos finais, mas não consigo me acostumar com o fato de que certas coisas têm um fim. Às vezes precisamos dar um tempo, correr pra longe de todo mundo, pra ver quem vai correr atrás da gente, muitas vezes aquelas pessoas que menos esperamos que viessem até nós, são as que vêm, e aquelas que a gente pensa que vem, nem lembram de nós.

Milhares de pessoas, em um mesmo momento, estão sentindo amor, ódio, ciúme, ansiedade, saudade, vergonha, dor, felicidade, mas não é porque milhares de pessoas têm o mesmo sentimento que você, que o seu é insignificante, lembre-se: seus sentimentos, suas emoções, são únicos, e ninguém tem o direito de ir contra o que você sente, é seu direito sentir o que você quiser. Muitas vezes nós nos sentimos no direito de julgar as pessoas, mas quem somos nós? Somos pessoas que erram como qualquer outra, mas agimos como se não cometêssemos erros, somos tão injustos; você já foi julgado por alguém que cometeu o mesmo erro que você? Eu já. Você já julgou alguém? Eu já.

Há certas horas que não precisamos de um grande amor, nem de uma paixão, precisamos apenas de uma mão no ombro, de um abraço bem apertado, ou simplesmente, ficar quietinho, ou alguém que te diga: eu sei que você está errado, mas estou aqui com você.

Quanta coisa a gente faz e depois queremos voltar atrás, como se fosse adiantar. O que foi feito, já era, é só esperar a consequência, que pode ser boa ou ruim, mas podemos sempre tirar proveito das coisas, e não ver só pelo pior lado, pois podemos aprender com a dor, o que a felicidade não pode nos ensinar; quando estamos felizes, achamos que vai durar pra sempre, aí acontece algo e a felicidade do nada vai embora, foge da gente, e a gente vai em busca dela, muitas vezes sozinhos, mas talvez precisemos de alguém conosco, quem não gosta de alguém do seu lado? Mas às vezes acabamos machucando essa pessoa que está nos apoiando, e está do nosso lado, seja sem querer ou por querer, acabamos errando feio, e talvez o perdão demore pra chegar, ou talvez ele nem chegue. É tudo tão simples, mas ao mesmo tempo tão complexo.

A carência, a mágoa, a saudade, estão sempre com a gente, seja no seu mais alto grau, ou no seu menor grau, mas elas estão sempre lá, no cantinho, só esperando a vez delas pra entrar em cena.

Provavelmente você tenha alguém que te conheça como ninguém, mas que está usando esse conhecimento pra te deixar pra baixo, pra te machucar; a pura verdade: todo mundo vai te machucar, você só tem que decidir por quem vale a pena sofrer. Porque as pessoas não podem usar esse conhecimento pra ajudar?

Se apaixonar pra sempre? Amar pra sempre? Cuidado, esse sempre pode acabar. Estou meio perdida na confusão do mundo, estou meio perdida na confusão que existe em mim, estou meio perdida numa confusão sem fim, mas dizem que tudo passa, será que vai passar mesmo? Já desisti de algumas coisas, não por não querer lutar, mas porque eu não tinha mais condições de sofrer, talvez você ache que eu não quis lutar, eu lutei, você só não soube. Quem sabe eu possa recomeçar, talvez eu já tenha descansado o suficiente e agora esteja na hora de recomeçar, de encarar tudo outra vez. Já se sentiu só? Talvez você tenha fechado a porta para os outros. Eu já fechei e não foi muito legal. Somos feitos de sonhos, de desejos, de amores mal resolvidos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário